Maiores desafios para acessar o mundo do trabalho

5 min
Alberto Carneiro
CEO Habitus

De acordo com o IBGE, há no Brasil hoje alguns números que nos contam uma história interessante em relação ao mundo do trabalho...

Cerca de 38,8 milhões de pessoas vivem na informalidade do trabalho. Outros 10 milhões de pessoas entram na conta de quem está desempregado no país. E para fechar o número, hoje há no Brasil cerca de 12,2 milhões de microempreendedores individuais (MEIs).

Se somarmos a isso as 43 milhões de pessoas que possuem trabalho formal, alcançaremos um total de aproximadamente 104 milhões de pessoas “aptas” a exercerem atividades relacionadas aos seus trabalhos e profissões.

Hoje cerca de 39 milhões de pessoas fazem parte do grupo de aposentados, pensionistas e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com isso aqui já temos cerca de 143 milhões de brasileiros que de alguma forma estão vinculados ou já estiveram ao mercado de trabalho.

Diante de tantas pessoas aqui no Brasil, sem contar a questão da concorrência que vem de todos os continentes por meio da tecnologia, quais são os principais desafios que as pessoas encontram para acessarem e se manterem aptas ao mundo do trabalho?

Por conta dos incríveis avanços (há controvérsias) da tecnologia, hoje há uma necessidade extremamente aguda de uma melhor capacitação técnica para as pessoas que buscam se estabelecer buscando seu lugar ao sol no mundo do trabalho.

Conhecimentos como inteligência artificial, internet das coisas, big data, algoritmos, computação na nuvem, linguagens de programação, arquitetura de dados, robótica, realidade aumentada, blockchain, dentre outros, hoje são caminho líquido e certo de composição para praticamente todas as profissões e carreiras.

Mesmo que a atividade em si não demande operativamente tais conhecimentos, nos bastidores e de forma indireta, seguramente haverá alguma relação com um caráter tecnológico. Hoje há uma revolução que alcança as bases de todas as profissões. Isso acaba modificando os eixos de sustentação daquilo que há algum tempo era relativamente estável e de alguma forma previsível. Saber falar pelo menos com alguma profundidade a linguagem do “tecnologiquês” é praticamente indispensável para nosso tempo.

Mas os desafios não são apenas no que diz respeito às questões tecnológicas e técnicas que impactam (positivamente ou não) o resultado para o acesso e permanência de alguém no mundo do trabalho. Falamos aqui também e quase que principalmente das questões relacionadas às competências humanas.

Como que alguém será capaz de se preparar e se capacitar para trabalhar em uma profissão que supostamente ainda não existe, ou que está em franca metamorfose por conta do cenário global de avanços e transformações? Como estar preparado para lidar com algo que ainda nem sei bem ao certo como se dará?

A resposta é se desenvolvendo em aspectos diretamente relacionados às competências humanas. Resiliência, empatia, resolução ética de conflitos, motivação, persistência, disciplina, amorosidade, paciência, foco, abertura ao novo, flexibilidade cognitiva, relacionamentos interpessoais, trabalho em equipe e principalmente, a espiritualidade.

Costumo dizer que o caminho mais seguro para lidarmos com um cenário do qual não sabemos ainda o que está por vir, é preparando da melhor forma as pessoas que estão por ir.

Tratar este tema do desenvolvimento humano é e deve ser ainda mais prioridade para os próximos anos.

É preciso de intencionalidade pedagógica para que se construa, sempre pautados na ética, um caminho de possibilidades, que permita às pessoas de seguirem progredindo na vida, conquistando seus espaços de provisão e subsistência para uma vida simples, boa e feliz.

A isso tudo é claro que se deve acoplar o fator de sustentabilidade. Precisamos evoluir como sociedade para que possamos nos dar conta de que é preciso de muito menos do que se anuncia para que alcancemos um patamar de sanidade em meio ao mundo do trabalho.

Um dos maiores motivos que me levaram a dar passos concretos na direção da fundação da Habitus Desenvolvimento Humano, foi justamente o sentimento de que era preciso que algo fosse feito. Muito mais do que nos preocuparmos com o desenvolvimento pessoal, nosso maior foco é o desenvolvimento da pessoa humana.

O desenvolvimento pessoal pode ser até interessante em algum ponto da história, porém é só no desenvolvimento da pessoa humana que se garante o acesso ao mais fundamental e básico. Quando falamos de desenvolvimento pessoal, corremos um grande risco de perpetuarmos os modelos patológicos de sociedade fechada, os quais nos fizeram chegar ao nível de estresse global que conhecemos.

Somente por meio de um modelo de desenvolvimento que considere o fator pessoa no desenvolvimento, é que garantiremos que aqueles que se desenvolveram, estarão de algum modo um pouco mais conscientes em relação ao próprio papel diante dos desafios globais.

Não é por nada que estamos a alguns poucos passos de um colapso nuclear global, ou novamente uma 3ª ou 4ª guerras mundiais que podem, a qualquer momento, condenar toda a raça humana à uma decadência sem precedentes.

Nosso maior desafio é promover uma mudança para um conjunto de perspectivas desinvertidas. O mundo do trabalho é apenas um dos reflexos das patologias sociais que assolam a humanidade em nosso tempo.

Que tal trabalhar para a aceitação da paz já presente? Que tal promovermos um mundo decente para nossas futuras gerações por meio da contribuição que cada profissão pode deixar como legado? Desinverter o mundo do trabalho, eis aí nosso maior desafio!!!

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